Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

quinta-feira, 30 de maio de 2013

menina


E por que em teus olhos 
não via pecado
os meus brilhavam
ao procurar 
em ti
defeito e não achar.

Mas tu foste,
menina.

A lua 'inda reinava,
quando correste de mim
- ou correste atrás de ti,
nunca saberei.

Fato é que foste,
menina.

Lembro do teu vestido
que era berço do verso no vento,
quando eu te empurrava no balanço
e ensaiavas o voo.

Por que te foste,
menina?

Se nas manhãs de segunda
e de quinta,
eras a primeira a me ver
acordar.
E inventamos novos nomes
pra nós dois
- cheios de diminutivos
e aumentativos e ironias
e risos entrecortados.

E esses nomes, para onde foram,
menina?


Eu não te vi indo,
mas na luz percebi 
que já não eras nem estavas:
a janela silenciava.

Onde estás,
menina?

Se ouvires esse lamento
afônico, saiba que te espero na sacada,
meus braços sujos querem sujar
tuas roupas brancas,
menina.

Vem inocente
ou ainda delinquente,
menina,
mas vem
que aqui a gente se resolve.

Raul Albuquerque
30/05/2013

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