Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

I - Clichê

 
O texto a seguir faz parte de um projeto maior - ainda sem título. Então, faço minhas as palavras do grande Camões: "Cantando espalharei por toda a parte,/ se a tanto me ajudar o engenho e arte."

Eu - este retrato inacabado,
grito sufocado, sorriso asfixiado,
monstro de frieza e cálculo,
onda que desponta e finda
imersa na parte madura 
do caos juvenil,
nota que é sempre desafino,
aviso esquecido, anotação ignorada,
por ora, sem nome, sem data,
sem passado, sem futuro,
cheio de sonhos, lotado de medos,
hoje acometido pelo sonho 
medroso e covarde de 
não percorrer o próprio caminho 
sozinho - amo - seja lá 
o que isso queira dizer, seja lá
o que isso queira me trazer,
seja lá o que eu queira dizer com isso,
seja lá o que se entenda disso,
seja lá de onde tenha vindo isso,
seja lá... onde quero chegar,
seja lá qual seja a conjugação
correta deste verbo incerto
que trêmulo se esconde
no dicionário entre os vocábulos
comuns - você - que ainda é incógnita, 
que ainda
não entendo, que ainda me confunde,
que me põe perdido em seu infinito,
que dança minimalistamente 
no campo plano da incerteza,
que já passeou tanto nos meus
devaneios cantando em línguas
que eu não conheço, falando de
coisas que não vivi, esquecendo
o passado remoto e aceitando
meu mais louco e breve pedido - ?

Raul Cézar de Albuquerque
25/02/2013

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