Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Hoje é o "Dia do Desassossego"


Há 90 anos, nascia José Saramago.
Ele é "somente" o único autor de língua portuguesa que recebeu o Nobel de Literatura (de 1998). Também foi o vencedor do Prêmio Camões (de 1995).

Nascido numa família pobre de camponeses sem terra, no dia 16 de novembro de 1922, José de Souza Saramago acumulou pragmatismos pessimistas ao longo da vida. Viu a instalação do salazarismo em Portugal e perdeu vários empregos pela sua crítica visão política.

Seu primeiro sucesso literário veio com a publicação de "Memorial do Convento" (1982), um romance histórico de cunho satírico que brinca com as crenças e os devaneios humanos. 

O romance "O ano da morte de Ricardo Reis" (1984) vem completar uma lacuna deixada por Fernando Pessoa: como morreu o heterônimo Ricardo Reis? A obra genial descreve todo um ano de desventuras que culminam na morte do protagonista.

Em "Jangada de Pedra" (1986) Saramago usa um impensável cenário: a Península Ibérica separando-se no continente europeu. Crítica não tão velada à ideologia da União Europeia de julgar a Europa como um quadro homogêneo.

Em 1991, José lança "O Evangelho segundo Jesus Cristo". Um dos romances mais polêmicos do século XX, nele o próprio Cristo (re)conta sua história, com direito a cena de relação sexual entre José e Maria para gerar Jesus. Não é difícil imaginar as reações que vieram principalmente da Igreja Católica, mas - por incrível que pareça - as lideranças protestantes não "entraram no barco" e acabaram respeitando a liberdade de expressão do escritor.

Em 1995, publicou seu romance mais celebrado, o "Ensaio sobre a cegueira". Nele, Saramago usa de experimentos estéticos para contar uma história vívida e alegórica sobre uma realidade palpável. Saramago disse sobre o livro:
 "Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso."
Seguiram-se romances como "As intermitências da morte", "As pequenas memórias" e tantos outros. Seu último romance publicado em vida foi "Caim" - outro romance que atiça as massas católicas pondo Deus como mentor intelectual do crime realizado pelo protagonista.
Após a morte de Saramago, em junho de 2010, é publicado o romance "Claraboia" - que conta a história dos moradores de um prédio em Lisboa.



Hoje, 16 de novembro, é o "Dia do Desassossego" em Portugal. Homenagem do país ao grande escritor. (título bem contestável...) 
Então... FELIZ DIA DO DESASSOSSEGO!

Nenhum comentário:

Postar um comentário