Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

domingo, 13 de maio de 2012

Ao Luar (de Augusto dos Anjos)



Augusto dos Anjos

Indubitavelmente, um dos maiores nomes da nossa poesia. O instinto modernista do paraibano Augusto dos Anjos fez dele alguém supra-acadêmico, um ápice qualitativo entre o simbolismo e modernismo. Com seu lirismo negro, ele encantou-nos falando de morte, doença e efemeridade. Fazendo uso de termos científicos, ele refinou sua poesia e destacou-se dos contemporâneos. Viva a poesia de Augusto dos Anjos!

Ao Luar
Quando, à noite, o Infinito se levanta
A luz do luar, pelos caminhos quedos
Minha táctil intensidade é tanta
Que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos!

Quebro a custódia dos sentidos tredos
E a minha mão, dona, por fim, de quanta
Grandeza o Orbe estrangula em seus segredos,
Todas as coisas íntimas suplanta!

Penetro, agarro, ausculto, apreendo, invado,
Nos paroxismos da hiperestesia,
O Infinitésimo e o Indeterminado…

Transponho ousadamente o átomo rude
E, transmudado em rutilância fria,
Encho o Espaço com a minha plenitude!

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