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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Albert Camus e o Absurdo


Albert Camus

Romancista, ensaísta, contista, dramaturgo e filósofo, Albert Camus tem uma obra vasta, mas, diferentemente de outros escritores, toda sua obra pode ser caracterizada por um ponto comum: o absurdo.
Camus nasceu em 7 de novembro de 1913, na Argélia. Foi um homem mutilado pela guerra, e isso marcou sua produção, pois seu pai morreu militando na Primeira Guerra Mundial, quando ele ainda era muito pequeno. Sem pai, Albert e sua mãe foram morar num bairro pobre de Argel.
Dedicado e muito inteligente, Camus ganhou uma bolsa de estudos para o Liceu de Argel, de lá foi para a Universidade de Argel para estudar filosofia. Começou a jogar futebol, sua paixão, mas foi impossibilitado de continuar jogando por uma tuberculose.
Depois da tuberculose, Camus dedicou-se então totalmente à literatura. Leu os clássicos franceses e envolveu-se com a política de esquerda, chegando a escrever para um jornal socialista de Argel.
Começou realmente a produzir literatura em 1938, quando escreveu a peça Calígula, que só veio a ser encenada em 1945. Com o início da Segunda Guerra Mundial, Albert foi para Paris a fim de participar do movimento de resistência à ocupação alemã, e lá ficou trabalhando como editor de um diário parisiense.
Camus escreveu O estrangeiro em 1942, durante toda esta turbulência na Europa. O estrangeiro inicia a tendência de Camus ao absurdo e é seu romance mais celebrado até hoje. O livro é tão complexo que foi dito como “primeiro romance clássico do pós-guerra” e “precursor do nouveau roman (novo romance, movimento francês que pregava a reinvenção do modelo clássico de escrever)”.
Em O estrangeiro, o jovem Meursault é, basicamente, julgado por matar um árabe. Quando o juiz pergunta o porquê do assassinato, Meursault responde que foi “por causa do Sol.” Outro trecho do absurdo:
“À noite, Marie veio buscar-me e perguntou se eu queria casar-me com ela. Disse que tanto fazia, mas que se ela queria, poderíamos nos casar. Quis, então, saber se eu a amava. Respondi, como aliás já respondera uma vez, que isso nada queria dizer, mas que não a amava.”
Meursault acaba por ser o retrato do homem inconformado do pós-guerra. Sua alienação, seu desapego, sua sinceridade e sua entrega acabam por levá-lo a morte. O romance ligou o nome de Camus ao rótulo de existencialista, rótulo que ele não só negava como rejeitava.
Ainda em 1942, Albert Camus escreve seu tratado filosófico mais famoso, O Mito de Sísifo, onde, sem esquecer o uso do absurdo, ele discorre sobre o ser humano dotado de sua “divina disponibilidade de condenado à morte”, além de revelar que o absurdo é “o divórcio entre o homem e sua vida, entre o ator e seu cenário.”
Depois, em 1947, Camus publica A peste, romance em que ele escreve sobre sua fé na bondade do homem. Uma invasão de ratos numa cidade faz com que todos os moradores juntem-se para resolver o problema, em vez de tentar resolvê-lo cada um separadamente.

Pela década de 1950, escreveu seu último romance, A queda, uma série de monólogos de um homem bem-sucedido (onde Camus, despe-se na forma de Jean-Baptiste Clemence), escreveu também O homem revoltado, acerca da filosofia da rebelião, viajou pelo mundo defendendo a abolição da pena de morte, sendo grande porta-voz dos direitos humanos.

Em 1957, aos 44 anos, Albert Camus foi premiado com o Nobel de Literatura "por sua importante produção literária, que, com lúcida sinceridade ilumina os problemas da consciência humana no nosso tempo" e, após três anos, em 1960, morreu num acidente de automóvel na França.

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