Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ainda bem que Harry acabou...


Segundo o cartaz do filme, a saga que prendeu milhões de pessoas termina em julho deste ano. J.K. Rowling, a autora da série do bruxinho, fez a saga em sete livros. Livros estes que ressuscitaram a leitura na adolescência do século XXI - tudo bem que não tem qualidade alguma, mas acordou os jovens para o mundo dos livros.
Harry abriu caminho para séries - também de péssima qualidade - Crepúsculo e Sussurro. Todas com conflitos pseudo-adolescentes e os clichês mais manjados possíveis. Harry trouxe à tona um mundo desconhecido, proibido e fantasioso, perfeito para as infantis mentes dos que se encantaram pela saga.
Além da baixa qualidade dos escritos ainda emergem os rasgos capitalistas. Os filmes já geraram mais de 6,3 bilhões de dólares. Mas a parte mais ridícula e inescrupulosa foi dividir o último livro em dois filmes para arrecadar mais dinheiro com bilheteria. Dois filmes frios, secos e curtos (por falta do que apresentar para guardar algo para o próximo filme).
Ponho aqui um questionamento:
"Será mesmo que acabou?"

Tenho medo que ainda haja algum post-scriptium feita pela autora para arrecadar fundos para sua aposentadoria... E falo sério.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Recife e Olinda...

Quem conhece Olinda sabe o gostinho que tem a tapioca de coco do Alto da Sé. Mas só quem é daqui chama a tapioqueira preferida pelo nome. Quem conhece o Recife sabe a delícia que é uma cerveja na praia de Boa Viagem. Mas só quem é daqui conhece o barraqueiro que vende a mais gelada. Quem conhece Olinda sabe a beleza que tem um frevo no carnaval. Mas só quem é daqui se emociona quando a multidão canta mais alto. Quem conhece o Recife sabe o peso que tem um batuque de maracatu. Mas só quem é daqui sente o coração disparar ao som da primeira batida. Quem conhece Olinda morre de saudade. Quem conhece o Recife se apaixona. Mas só quem é daqui não consegue escolher a melhor: coloca as duas em primeiro lugar.


(Uma homenagem do Jornal do Commercio aos aniversariantes Recife e Olinda. JC, 12 de março, de 2000. Adaptado.)

Sucessivas contradições linguísticas acerca do amor...

Amor é um substantivo comum,
Mesmo que pareça difícil achar um.


Amor não é um substantivo derivado,
É simples, mesmo que pareça complicado.


Amor é um substantivo do tipo abstrato,
Ainda que, por vezes, pareça tão sensível ao tato.


Amor pode ter adjetivos como eterno ou efêmero,
É um substantivo masculino, embora seja comum aos dois gêneros.


Amor quer dizer “afeição a uma pessoa querida”,
Mas também pode ser a razão da sua vida.


A questão não está no amor.
                                            A questão está no amar.


Amar, verbo transitivo direto,
Usado sem preposição estará correto.


É direto, mas indiretamente
Vai e toca a tua mente.


Acelerando teu coração,
Aumentando a circulação.


Deixando-te vermelho e constrangido,
Tremendo, nervoso e emudecido.


Tudo isso pra declarar...
Que estás pronto pra amar.


Raul Cézar de Albuquerque
30/06/2011

Solitarismos...

Se uma bela mulher chora desesperadamente
E olhando pros lados se vê perdida,
Se uma criança é feliz, torna-se adolescente,
E acaba perdendo o gosto pela vida,
Se alguém escreve belas e sinceras cartas
E nunca vem a ser respondido,
Se alguém escreve poemas sem datas
Que nunca virão a ser lidos,
Se um viajante sonhador
Depara-se com a cruel realidade,
Se um viandante sente a dor
De encontrar-se preso a uma cidade,
Se um cristão vê-se sem conceitos
Sem valores nem certezas,
Se um filósofo vê tudo imperfeito,
Sem complexidade nem clareza.
Se um corredor incansável
Vê que está cansado e sem pressa,
Se um amor inacabável
Vê-se acabado e o riso cessa,
Mesmo que um homem de bom coração
Veja seus sonhos reduzidos a pó,
Ainda não haverá pior sensação
Que a de sentir-se solitário sem estar só.

Raul.Cézar.de.Albuquerque.
14/03/2011

Sem Sentido...

Nesse mundo contraditório,
Busco algo que faça sentido.
Por que o caos se fez notório,
Tudo parece estar invertido.

As pessoas vagam sem sentido
E não projetam o seu futuro.
As coisas vêm e vão sem motivo,
Nada e Tudo parece ser seguro.

Dois e dois podem ser cinco
E o meu sim pode ser teu não.
Nós apostamos nesse destino,
Nessa dúvida, nossa indecisão.

Hoje, ser normal é anormal.
Ninguém pergunta, só duvida.
Nada responde. Tudo natural.
A resposta não vem, nem a vida.

É hora de avançar,
Refletir sobre a gente.
É hora de voltar,
Crer num futuro diferente.

Eu queria que não fosse assim, mas está dito:
Já mergulhamos nesse conflito sem sentido.
                                              sme snetdio
                                              mes oditnes
                                                               SEM SENTIDO!

Raul Cézar de Albuquerque
25/06/2011

Evolucionismo ou Criacionismo...

1. A Teoria Evolucionista é órfã, pois Charles Darwin, pai da teoria, disse que a mesma não tinha fundamento e a negou de forma que tal teoria ficou sem seguidores por um pequeno espaço de tempo, mas como era a única teoria científica foi sendo desenvolvida por outros cientistas.


2. A Teoria Evolucionista sempre foi cheia de contradições, o que um cientista descobria, o outro achava a lógica da conclusão turva, além dos escândalos das misturas de ossos para reproduzir esqueletos humanos “ancestrais”

3. A Ciência sempre provou que a Bíblia estava certa. Ex:

“Ele é o que está assentado sobre a redondeza da Terra” (Is. 40.22a)

O livro de Isaías foi escrito em 700 a.C, não havia como um judeu há 2711 anos saber que a Terra era redonda (há não ser por revelação divina), pois essa idéia só foi provada e aceita na Idade Média.

“... Ainda que os montes se abalem do seio dos mares.” (Sl. 46.2c)

O Salmo 46 (escrito por Davi) está no Livro dos Salmos e foi escrito em aproximadamente 900 a.C e a idéia de que os montes emergem (ou abalam-se) do seio dos mares só veio a ser pesquisada e comprovada na Idade Moderna. Logo isso foi escrito por inspiração divina.

Deus fez a luz no primeiro dia e os astros no quarto dia...

Até a metade do século XX se pensava que a luz era dependente de tais astros, mas na cosmologia moderna já se sabe que a luz não só é independente como é anterior aos astros.

“Ele sustenta todas as coisas pelo poder da Sua Palavra”(Hb. 1.3)

Porque segundo uma das leis de Newton todo objeto solto segue em movimento retilíneo, só posso chegar a conclusão que há alguém que sustenta e administra tudo (DEUS).

Davi de Michelangelo...

A obra é antológica, de uma beleza inimitável, de um tom de simplicidade e supremacia instigante... O Davi de Michelangelo (ou Miguel Ângelo) Buonarotti.

Ele consumiu pouco mais de três anos da vida de Michelangelo. Depois de acabada, a escultura contou com quarenta homens que levaram quatro dias para levá-la do ateliê ao Palazzo Vecchio – onde seria posta em exposição. Durante o caminho, a escultura foi atacada por rajadas de pedras que eram lançadas contra a obra, mas o “Davi” chegou ao destino.


No dia 8 de setembro de 1504, a escultura chegou e foi analisada pelo então governador, Piero Sonderini, e ele disse que o nariz estava muito grande... Michelangelo pegou o cinzel e corrigiu o suposto exagero.


No mesmo dia, a obra foi apresentada...


Magnífica, eram quatro metros de inundação divina...


Genial, feita sem modelo humano...


Original, o primeiro nu na escultura desde a Antiguidade, o que poderia explicar as pedradas contra a escultura...


Incompreendida, a genitália do Davi foi coberta com um cinto de bronze folheado a ouro por muito tempo...


Universal, encomendada por que Davi era o símbolo de Florença, mas bela aos olhos de qualquer habitante do planeta...


Disputada, inicialmente iria para a Catedral de Florença, mas foi para o Palazzo Vecchio e hoje está na Academia de Florença...


Única, Giorgio Vasari falou que “depois de ver isso, ninguém precisa querer olhar para nenhuma outra escultura...”...

Noite Urbana...

O Sol já terminou o expediente,
Exausto, ele acaba sua jornada.
A Lua vem trabalhar novamente,
Vem iluminar a cidade agitada.

A cidade que não dorme, nem dormita.
Ônibus e carros dão continuidade
A valsa das luzes, nunca interrompida,
Uma valsa de faróis na cidade.

Mulheres que deitam depressivas,
Ou que se entregaram à vulgaridade,
Ou que trabalham compulsivas,
Ou em busca de paz, de verdade.

Homens que buscam o prazer,
Ou que trabalham preocupados,
Ou que estão sem ter o que fazer,
Ou que tentam dormir cansados.

O vento passeia por árvores e ruas,
O frio toca crianças... abandonadas,
O vento passa por pernas... nuas,
Ou vê famílias... desabrigadas.

Depois da insônia, não vem alegria.
O Sol traz o trabalho e o colégio.
Compromissos e sono, um novo dia.
Na cidade, dormir é um privilégio.

Raul Cézar de Albuquerque
18/06/2011

Enganos...

Eu me enganei novamente
E pareço desconhecer toda a razão.
Surpresas me são inerentes.
As coisas parecem ser o que não são.

Aquele livro que adorava
Nem era tão bom assim.
Aquele amor que eu planejava
Não seria bom pra mim.

Aquele autor genial
Mostrou-se improdutivo.
Aquele poeta bestial
Revelou-se criativo.

Aquele amigo de infância
Não me seguiu até a velhice.
Aquela minha inconstância
Não passava de meninice.

Aquele desejo incontrolável
Veio, mas passou.
Naquele momento insuportável
Ocorreu-me o amor.

Raul Cézar de Albuquerque
06/07/2011

Adolescência...

A adolescência é algo comum e muito comentado atualmente, mas houve uma época em que ela não existia... Ou era adulto, ou era criança... Sem essa de crise de identidade, conflito existencial, amadurecimento emocional!


A única coisa comum a todos os adolescentes de todos os séculos é a questão das mudanças corporais relacionadas à puberdade... Os pelos pelo corpo, as espinhas, a menstruação, as mudanças na voz, isso sempre ocorreu...

A questão é que o conceito de adolescência como a linha tênue entre a euforia da infância e a maturidade da idade adulta não existia até 300 anos atrás.

No Império Romano, era só nascer um pelo no rosto de um menino que ele era mandado ao Exército – de onde só sairia com 35 anos, no mínimo –, para as meninas, a primeira menstruação era um sinal: era hora de casar!

Esse modelo estendeu-se dos primórdios até a Era das Luzes.

Para os pequenos homens, o século XVIII foi o início da ideia da adolescência como parte importante da formação pessoal. Os meninos iam para as escolas onde eram instruídos em classes que detinham pessoas do mesmo nível, da mesma idade e que aprenderiam as mesmas coisas. Para as meninas, até o fim do século XIX nada tinha mudado, suas vidas continuavam sendo divididas em antes e depois do casamento.

Depois de tudo... A antropóloga Margaret Mead fez um estudo com adolescentes polinésios e concluiu que:

“A adolescência é um fenômeno psicológico e não fisiológico. Não é natural, é uma ficção, não passa de uma construção cultural”

A História de Qualquer Humano...

Algum tipo de fábrica, que alguns chamam de Deus outros chamam de Acaso, transforma o algodão retirado o campo Vida em um tecido longo chamado Humano, que pode ser de qualquer cor, todas as cores servem para o processo.


Este tecido é levado até outra fábrica chamada Família para ser cortado e emoldurado para ser uma tela de pintura do estilo Imagem, já não é classificada apenas como Humano, mas como Humano do tipo Gente.

A tela sai da Família com a cor original e é levada a uma empresa de tinturaria chamada Sociedade, esta joga jatos de tinta contra a tela.

A Sociedade joga tintas que podem ser duradouras, podem ser passageiras, algumas atrativas, outras nem tanto, algumas perdem o tom purpúreo com o tempo, umas mais rapidamente, outras mais lentamente, há ainda algumas cores custam a mostrar toda a sua beleza.

A tela pode absorver a tinta e pode deixá-la escorrer pela sua superfície até cair. Ainda há um caso raro, a tela pode absorver uma cor e mostrá-la em outro tom, através de um processo chamado Pensamento... Esta já não é Gente, é Pessoa.

Mesmo antes de terminadas, as obras chamam a atenção de compradores, alguns atraídos pela beleza, outros pelo conceito, alguns por admiração, outros por necessidade... Mas a Sociedade resumiu os motivos da compra numa palavra, Amor. Depois de comprados, os quadros podem ser expostos em pequenas salas chamadas de Hipocrisia, podem ser modificados pelos compradores ou devolvidos à Sociedade com um tom de desgaste.

A tela já pronta pode estar colorida ou vazia, bela ou reprovada... Uma empresa de transportes chamada Morte leva a tela até uma empresa de seleção chamada Tempo que analisa todas as telas, as do tipo Gente são jogadas no lixo ou guardadas para exposições temporárias, mas as do tipo Pessoa são expostas permanentemente num museu chamado História, para nunca mais saírem... Pessoas em busca da Eternidade.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Crítica do Livro "Os Sofrimentos do Jovem Werther"

Johann Wolfgang Von Goethe abriu sua produção literária com um livro que iniciou o movimento alemão "Sturm and Drang" (Tempestade e Ímpeto) e predisse a onda avassaladora do Romantismo. Este livro foi "Os sofrimentos do jovem Werther".
O livro apresenta o enredo de forma incomum... através das diversas cartas que Werther envia para Wilhelm, um amigo que acompanhará toda a loucura de Werther. Nas primeiras páginas, Werther fala da felicidade interior, da natureza, da sociedade pacífica (e até poética), fala da liberdade...
O tom bucólico de Werther acaba quando ele conhece Charlotte - que ele trata em todo o livro, apenas por Lotte.
Lotte começa a mexer com todos os conceitos e sentimentos de Werther, e ele, que já era vívido e lépido, une à sua loucura um amor inocente e belo... mas impossível.
Lotte é casada com Albert. Werther conhece e admira Albert. Werther ama Lotte. Werther sabe que Albert também a ama. A loucura está instalada permanentemente.
A partir dos fatos anteriores, as cartas de Werther a Wilhelm tomam um tom de insanidade com desespero. Até Werther apresentar a hipótese de um suicídio... e o livro questiona: Será que o suicídio é uma pura prova de covardia, ou pode indicar nobreza?
Nestes tons incertos, Werther tenta aproximar-se perigosamente de Lotte, mas encontra-se destinado ao sofrimento ou à morte! Werther decide pela morte num ato de amor que supera qualquer pieguice de Meyer ou Rowling.
A morte é o fim romântico de Goethe... Um gênio. O livro é audacioso e tentador, inspira sentidos perdidos e questionamentos impensáveis: "Morrer seria uma boa opção?"

Acabo por aqui com uma frase do próprio Werther:
"Deus do céu, que tantos dons me concedeu, por que não ficou com uma parte, dando-me em lugar deles a confiança em mim mesmo e o contentamento de espirito?"

O Cheiro do Desenvolvimento...

Nos últimos dias, algumas notícias nos atormentaram, noticias estas que apareceram sem apresentar precedentes... Tais notícias anunciam um novo tempo em nosso Brasil Brasileiro!
Os acontecimentos apresentam-nos o cheiro do desenvolvimento econômico que não está aí para todos e que não traz só benefícios...

- A história do jovem Wellington, o da chacina em Realengo, é o odor putrefacto do desenvolvimento... os países que convivem com histórias do tipo são muito desenvolvidos, massacres do tipo de Realengo são muito comuns em países europeus com IDHs invejáveis... Brasil, Prepara-te!

O Brasil já enche os olhos do mundo... os americanos estão aprendendo português, enquanto muitos de nós nem entendem a nossa lingua!... os chineses estão tomando o nosso mercado!... Tudo isso por que o Brasil não investiu nem investe em educação... não estávamos nem estamos prontos para conter o crescimento econômico nacional!