Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Um certo "Caio F."...

Caio F. Abreu
Emerge no cenário da produção literária brasileira, um certo Caio Fernando Abreu... um poeta de íntima relação com os versos, detentor de um conhecimento e vocabulário invejáveis, capaz de dirigir-se ao leitor sem saber o nome... como o posso definir... Ele é Tocante.
Tocante no sentido mais palpável da palavra. O seu contato com o leitor vai além da relação artista-consumidor.
Seus versos merecem a admiração e a atenção que recebem hoje... gosto do seu estilo, embora não caia de joelhos diante de um poema seu.
Se é possível fazer uma critica sem ser linchado... acho que seus versos beiram a pieguice, às vezes a carência, outras o desespero... mas que poeta nunca foi piegas?
Uma outra crítica... fugir do contexto para dar tom de loucura... uma novidade? não!

Um texto de Caio Fernando:

Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. (…)


Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para falar, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver. Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como – eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da conha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão. (…)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Franz Kafka...

Franz Kafka
Franz Kafka nasceu em 3 de julho de 1883, na Tchecoslováquia. O homem que marcaria para sempre e de forma indiscutível a literatura posterior a ele começou sua obra com um conto que teve repercussão irrisível chamado “Contemplação”.

A caminhada de sucesso começa com a publicação de outro conto em 1913, “O veredicto”, este conto gerou polêmica só com a base do seu roteiro: um filho que comete suicídio a pedido do pai.

Após o sucesso do último conto, Kafka publica o romance “A Metamorfose” em 1915, era a primeira vez que ele mostrava a sua face imaginativa, até pitoresca. O livro apresenta a história de Gregor Samsa, um caixeiro-viajante que acordava na forma de um inseto gigante... O que, à principio, parecia pura ficção, mostrou-se uma intensa análise psicológica daqueles que procuram fugir das convenções sociais. A reação da família, o isolamento automático, tudo apresenta a genialidade de Kafka.

Kafka morreu em 1924, quase desconhecido, mas deixou algumas obras sob a guarda do amigo Max Brod e, em seu testamento, mandou que essas obras fossem queimadas. Mas Brod leu as obras e não as queimou, publicou os três romances que estavam escondidos – que bom que ele não queimou!

Dentre essas obras, estava “O processo”, a mais genial das obras escondidas, em que Josef K. é preso sem motivo aparente. O livro corre por regimes totalitários, repartições públicas, funcionários sem nome, atos desconcertantes e ambientes claustrofóbicos. Esta última característica é a marca registrada da genialidade kafkiana.

Arthur Rimbaud dizia que o escritor é um vidente e parece que Kafka tomou para si tal afirmação... Suas obras anteciparam todo o desespero dos regimes totalitários que tomariam seu continente nas décadas posteriores à sua morte.

As outras duas obras publicadas postumamente foram “O castelo” – uma reflexão sobre a alienação, a reclusão e a liberdade, tudo em ambientes sufocantes – e “América” – decepcionado com a Europa, Kafka refaz “Utopia” imprimindo a perfeição e a imperfeição da sociedade no Novo Mundo.

Uma vida curta e uma obra atemporal, Kafka apresenta ao mundo a mais bela análise psicológica, mesmo sem querer, ele influencia pesadamente o Modernismo, além de ainda fazer-se muito presente na produção contemporânea.

Teoria Poética...


Após ler um pouco mais sobre Arthur Rimbaud, lembrei-me uma frase de Manuel Bandeira que descrevia como ele queria seu último poema e defini como seria o meu (com um acréscimo  é rimado!):

Um bom poema não se faz todo dia,
Nem é feito por qualquer poeta,
Seus versos não são postos à revelia,
Ele apresenta sempre a palavra certa.

Um bom poema conversa com você, leitor,
Ele fala cara a cara sobre dilemas,
Sem esquecer o sentimento do autor,
Sem se esquecer que é um poema.

Um bom poema exibe a tua ferida,
A ferida dolorida e inflamada,
Ele incomoda a parte doída,
Mas reduz teu problema a nada,
Quando fala do prazer da vida,
Ou cita voz contrita e calada,
A voz que te fala da despedida,
Que te faz desistir da caminhada.

Um bom poema acaba remediando
A tua ferida, o teu problema,
O seu último verso vai curando,
Vai recriando o teu dilema.

Um bom poema não ousa responder,
Muito menos ousa perguntar,
Ele usa tua dúvida pra te dizer:
“Pega a tua resposta no ar!”

Um bom poema te conta um segredo,
Um bom poema é uma confissão,
Um bom poema esboça o teu enredo,
Um bom poema sussurra ao teu coração.

Um bom poema não impõe nada,
Mas você aceita tudo,
Ele não fala da tua estrada,
Mas muda o teu rumo.

Um bom poema é inesquecível,
Ele não se prende a livros ou jornais,
Ele se mostra, se torna visível,
Na tua vida, nos dias atuais.

Um bom poema te faz acreditar,
Ele despreza o niilismo,
Ele te faz, pelo menos, arriscar,
Ele valoriza teu lirismo.

Um bom poema te mata
Com a primeira oração,
Depois, ele te arrasta,
Leva teu corpo pelo chão,
Logo após se retrata,
Olha para o teu coração,
Vê-te como sucata,
Aí vem a tua ressurreição.

Um bom poema usa a realidade
Para ser abstrato, ele é essencial,
Um bom poema fala a verdade,
Ele é universal, é atemporal.

Um bom poema usa a liberdade
Para mostrar a tua prisão,
Ele usa o calor de tua saudade
Para mostrar o frio da tua solidão.

É só ler um bom poema
Feito por um bom poeta
Com um bom dilema...
E a tua vida se conserta

Raul Cézar de Albuquerque
03/06/2010

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Alemanha Nuclear...

Angela Merkel

A notícia é recente, mas já causa espanto: A Alemanha desistiu da Energia Nuclear!
A Chanceler do país - Angela Merkel - apresentou o planejamento de renovação energética: A Alemanha se desfará de todas as suas usinas nucleares até 2022.

Parece pouca coisa, mas essa decisão requererá um investimento (por que não dizer o gasto?) de mais de 10 bilhões de dolares! A energia nuclear corresponde a 30% de toda a energia consumida na Alemanha!
O governo alemão promete trocar essa energia nuclear por energias limpas como a eólica e a solar.

Toda essa pressão sobre os governos que usam a energia nuclear, veio após o problema de Fukushima... além do terror criado pela mídia internacional relembrando eventos longinquos como Chernobill e Three Mile Island...

Mas, se pensarmos bem, existem mais de 440 usinas nucleares pelo mundo e só uma deu problema! Só uma fez estrago! Não podemos negar a existência de países como a França que tem 70% da sua energia sendo nuclear, é absurdo pressionar tais nações a abdicar da tecnologia nuclear... por causa do sensacionalismo midiático!

Se falarmos de aeronaves traremos uma analogia perfeita: O avião é o meio de transporte mais seguro que existe, mas é só um cair que todos entram em pânico e a mídia cai em cima!

O medo da tecnologia nuclear é comum e natural, mas não podemos negar seus benefícios! Logo podemos afirmar que o governo alemão está cedendo à pressão popular, mesmo sabendo da segurança da produção!